quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O melhor da foto-manipulação

A foto-manipulação (em Inglês, Photomanipulation), é a "arte" de criar uma imagem a partir de outras, tendo como auxílio diversos itens, que podem ser: pintura, efeitos especiais etc. Diversas pessoas não consideram a manipulação de imagens como uma arte, o que é uma pena. De fato, a manipulação não é só o recortar e colar como muitos acham. Claro que não! A manipulação vai além, fazendo com que se criem verdadeiros mundos completos, mudanças radicais e assim por diante.
 
Sabemos que a manipulação de imagens sempre foi uma forte ferramenta de manipulação ideológica.
  • É muito mais fácil convencer alguém ilustrando uma informação do que apresentá-la apenas textualmente.
  • É isso que os jornais fazem, o que a mídia hoje faz, é isso que a propaganda faz.
 
A União-Soviética, depois da revolução bolchevique e a ascensão de Joseph Stalin, sempre utilizou esses recursos para reescrever o passado.
 
Trotsky, um dos seus maiores inimigos políticos, foi retirado de diversas fotos que esteve junto a Lênin.
 

Na primeira fotografia original temos Lênin e Trotsky na Praça Vermelha celebrando juntos o segundo aniversário da revolução (1919). Depois, a foto “retocada” para publicação (em 1967) de um livro sobre Lênin. O “retocado” foi Trotsky e outros presentes, enviados para as brumas da falta de memória.

 

 

Outro caso interessante é o da famosa foto-símbolo do fim da Segunda Guerra Mundial, e da vitória da União-Soviética sobre a Alemanha Nazista.
 
A foto em que aparece um soldado soviético içando a bandeira com a foice e o martelo sobre o Reichstag em Berlim poderia ter sido simplesmente montada. Há a suspeita que os soldados eram atores e que nem sequer foi feita durante a queda de Berlim.

Uma retrospectiva do famoso museu de Berlim Martin Gropius Bau documenta o artifício que o fotógrafo Yevgueni Chaldej realizou sobre um momento histórico que, segundo os experientes, talvez nunca tenha existido como tal.
 
Primeiro, Chaldej retocou a imagem do suposto e valoroso soldado do Exército Vermelho, já que aparecia com dois relógios no pulso, certamente fruto de saque em plena queda do Terceiro Reich. O fotógrafo raspou o negativo para apagar o segundo relógio do braço do soldado.
 
Não satisfeito com essa melhoria, Chaldej se centrou em outra mais complexa. Substituiu, com uma montagem sobre outro negativo, a bandeira, que dizem era um cobertor ou toalha vermelha, por outra com a foice e o martelo ao vento. Os historiadores diferem sobre quantas versões, entre imagens reais ou manipuladas, chegou a fazer o fotógrafo. Fala-se de uma centena, bem como de que a imagem foi claramente "montada", que os soldados eram atores e que nem sequer foi feita durante a queda de Berlim. Chaldej, falecido em 1997, relativizou suas supostas manipulações com o argumento de que, de todo modo, foi uma façanha histórica.
 

 
 

Manipular uma imagem pode ter diversos significados, pegar uma foto para ilustrar uma matéria, tirando-a de seu contexto original ou mexer diretamente nas figuras, fazendo uma edição direta na própria foto são exemplos.
Através da imagem, temos a falsa impressão de realidade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Logomarca: Um erro

O design é uma profissão nova e por isso padrões ainda não existem ou estão sendo produzidos e difundidos. Não temos padrão para quase nada, desde salário até saber o que é e o que deixa de ser a profissão. Entre esses padrões que ainda não existem, está o padrão terminológico. Em profissões antigas os termos estão bem claros e não há dúvidas sobre eles, mas no nosso caso, sempre temos que estudar um termo novo para verificar se a utilização dele é correta ou não.
 
Justamente por causa dessa falta de paradigmas alguns profissionais e professores utilizam e difundem termos que não são os melhores para determinados objetos. Um deles e talvez o mais polêmico é o logotipo.
 
Vira e mexe temos a mesma discussão sobre esse termo, não só aqui na [dG] mas também nas agências, com os colegas, com clientes etc. Por isso eu penso que seja muito importante sermos bastante sérios a este respeito, para o bem e o crescimento dessa profissão. Então vamos analisar alguns termos e sua raiz etimológica para ver se estão corretos ou são só vícios de linguagem.


Logomarca, um erro

Muito utilizado principalmente por publicitários e marketeiros, este termo tem se difundido também entre os profissionais do design para se referir ao logotipo. Muita gente diz que está errado, outros dizem que está correto, alguns defendem o neologismo, outros afirmam que é uma aberração, mas só a pesquisa nos trará luz à questão.
 

Logomarca como neologismo
 
Neologismo é a criação de um nome novo para alguma coisa, ou um novo significado para um nome velho. Para que a "logomarca" seja um neologismo, temos que admitir que é um termo novo ou que é um termo antigo que está sendo tomado por um novo significado. Sim, admito que "logomarca" é um termo novo, mas isso não significa que seja correto empregá-lo como sinônimo de logotipo. Qualquer palavra pode ser um termo novo para algum objeto, desde que o povo a utilize para este mesmo objeto ou sentido. Mas isso não significa que esteja correto. A menos que seja uma forma conotativa da palavra, o que não é o caso da logomarca, desde que este termo é utilizado para um único tipo de objeto e significado. Então, não podemos aceitar o termo logomarca simplesmente por ser um neologismo.

 
Sentido etimológico do termo

O termo logomarca é formado pela união de "Logo" e "Marca".

Logo, vem do grego Lógos. Significa palavra, uma narração ou pronunciamento, verbo, conceito, idéia. Mas não palavra como esta é falada ou escrita, mas o significado dela, ou seja o conceito. Reforço ainda o conceito de Logos dizendo que o termo "palavra" puro e simples no grego é Lexi.

Marca, vem do germânico Marka. Quando traduzimos do germânico, ou mesmo do português ou inglês para o latim temos o termo Signum, que traduz-se claramente para significado. E mesmo no português, e no uso moderno da palavra marca significa tudo aquilo que uma empresa representa. Sendo assim, logomarca é um termo redundante: significado do significado. Assim vemos porque não podemos utilizar este termo para falar sobre um Logotipo.

 
Logotipo, um possível padrão

Nunca vi absolutamente ninguém dizer que este termo está errado. Mas mesmo assim, vamos analisá-lo para ter certeza disso. Esta palavra é formada pela união dos termos "Logo" e "Tipo". "Logo", como já foi explicado, significa o conceito, idéia ou significado de uma palavra.

Tipo, do grego týpos. Em inglês traduzimos para type, que para o português significa tipo, gênero; figura; sinal, símbolo; modelo, amostra, maquete. É aí que mora o perigo: é muito mais difícil estudar qualquer assunto em português do que em inglês porque temos muitos significados para uma mesma palavra. Tipo neste caso significa um sinal ou símbolo, uma figura, um desenho. Exemplo: as vogais como "a", são tipos (símbolos gráficos) dos sons que emitimos.

Para este mesmo termo, temos ainda dois outros correspondentes em grego. Se você procurar um bom léxico inglês-grego, e procurar o termo logotype (tudo junto, não um depois o outro) você vai ver que symplegma e logotypos têm o mesmo significado já explicado acima. Aliás, poderíamos mesmo adotar como um neologismo o termo "symplegma". Imagina só o seu diretor de arte dizendo: "hum, esta symplegma não está como o cliente pediu"!

Sendo assim logotipo é: o símbolo visível de um conceito. Este termo é perfeito para o que ele significa pois é justamente o que fazemos. Temos uma empresa cliente que nos dá um conceito (logo) a trabalhar, e nós somos incumbidos a fazer um símbolo gráfico (tipo) para este conceito. Este tipo pode ser somente um desenho, sem nenhuma letra para se ler, ou somente as letras do nome da empresa mas desenhadas de forma que mostrem o conceito. Ou pode ser um desenho e o nome da empresa, juntos, mostrando o símbolo gráfico de um conceito ou logotipo.
 

Sinal gráfico, uma alternativa coerente

Alguns mestres de programação visual e outros profissionais estão trazendo este novo termo, este sim um bom neologismo, para o meio. Sinal, do latim Signum, significa tudo que faz lembrar ou representar alguma coisa, ou seja um significado ou conceito.

Gráfico, do grego Grafikos, significa alguma coisa colorida, pintada, desenhada, uma representação visual de algo. Seria um sinônimo de typos, porém com uma conotação de cor, colorido e menos de um símbolo gráfico, ainda que tendo sim este significado. Sendo assim, sinal gráfico significa também: o símbolo visível de um conceito.

 
Identidade visual, muito bom se usado corretamente

Este é outro termo utilizado por alguns designers, tem um significado bem claro e objetivo. Identidade é o conjunto de peculiaridades de uma pessoa, coisa ou empresa. Visual, o que se pode ver. O problema desse termo é que ele não enfoca o conceito, a idéia, a palavra. Mas significa, no ramo do design, as peculiaridades gráficas de uma empresa. Essas individualidades visuais são muito mais abrangentes que somente o logotipo, pois abrangem o site, os cartões de visita, os carros, uniformes, enfim, todo aparato visual de uma empresa.

 
O termo correto, sempre!

Como já disse, somos já membros de um corpo de profissionais que sofrem bastante com a confusão que a sociedade ainda faz conosco, por ser o design uma profissão nova. O mínimo que podemos fazer é ser coerentes ao falar de um dos mais importantes ramos de atividade do design que é a logotipia.

Logotipo:

Logotipo, ou logótipo, refere-se à forma particular como o nome da marca é representado graficamente, pela escolha ou desenho de uma tipografia específica. É um dos elementos gráficos de composição de uma marca, algumas vezes é o único, tornando-se a principal representação gráfica da mesma. A expressão costuma ser confundida com o termo logomarca, que é considerado por alguns designers e estudiosos do design gráfico um neologismo impreciso e incorreto. É importante lembrar que o termo logomarca é considerado correto pelos estudiosos de letras e consta do dicionário aurélio, dentre outros dicionários.

Logotipo é uma assinatura institucional, a representação gráfica da marca. Por isso ela deverá aparecer em todas as peças gráficas feitas para a empresa. Como toda a assinatura, o logotipo precisa seguir um padrão visual que a torna reconhecida onde quer que ela seja estampada.

Usar corretamente o logotipo é uma das ações obrigatórias para o reforço da imagem e da personalidade da empresa.

A marca Sony ao grafar a sua marca, utiliza apenas a forma particular como o nome da marca é representado graficamente - o logotipo, prescindindo da utilização de qualquer outro elemento gráfico adicional (símbolo) para compor a marca. Ao contrário da Sony, a Wikipédia, utiliza simultaneamente um símbolo e um logotipo para grafar a sua marca.

O símbolo e o logotipo são formas de grafar a marca, de torná-la visualmente tangível. É comum as pessoas se referirem ao símbolo como marca. Diz-se freqüentemente: a marca da Coca-Cola ou da Fiat, quando, na verdade, a intenção é a referência ao logotipo da Coca-Cola ou da Fiat. Da mesma maneira, símbolos também são chamados de marcas e também é comum se ouvir referência à marca da Volkswagen ou da Mercedes-Benz, quando a designação correta seria símbolo (...). Logos em grego quer dizer conhecimento, e também palavra. Typos quer dizer padrão e também grafia. Portanto, grafia-da-palavra ou palavra-padrão.

O que é Arte Visual?

Desde os tempos primitivos, o ser humano ao dominar a natureza, busca dominar a si próprio e a aprimorar os seu sentidos, a partir de então inicia-se o desenvolvimento de contextos pictóricos ligados à diversos tipos de simbologia, dos desenhos rupestres até os nobres quadros dos impérios.

A partir do momento que o homem expressa através de símbolos e figuras a sua realidade, seja ela interior ou exterior, mediante a evolução de sua cultura e postura social, refina-se a visão conceitual de um acontecimento ou substância. Toda arte é individual e coletiva, e a arte visual estuda e relata tudo aquilo que analisado, percebido ou sedutor perante os olhos de maneira criativa.
 
A Arte Visual e o design atuam ao representar visualmente uma forma, cor ou representação, estando presente no teatro, na música, no cinema , na fotografia e demais expressões. Nos tempos atuais, além de atuar no segmento artístico, também exercem papel fundamental na representação visual comercial, de empresas e instituições públicas.

Toda arte apreciada pelo olhar é conceituada como arte visual, e abrange a pintura, o desenho, a gravura, a fotografia, o cinema, a escultura, a arquitetura, web design, a moda, a decoração e o paisagismo. Lida com o caráter teórico e prático do estético, seja o estético do belo, do funcional ou do fazer pensar.